Empreendedorismo em 2020: abra seu negócio
- 06
- Dec
Você está pronto para fazer parte das estatísticas do empreendedorismo em 2020?
Se você estava guardando suas ideias de negócio para um momento mais favorável, temos uma ótima notícia: o clima para o próximo ano é de otimismo e retomada da economia.
Depois de uma recessão histórica, a perspectiva é de que o país retorne ao caminho do crescimento — de forma gradual e sustentável.
Mas é claro que ainda há incertezas no horizonte, e você precisa se planejar muito bem para aproveitar o impulso do empreendedorismo em 2020 e abrir um negócio de sucesso.
Vamos ajudar com um panorama completo:
- O cenário para o empreendedorismo em 2020
- Expectativas para o ambiente de negócios
- 6 tendências que prometem impulsionar o empreendedorismo
- Como se planejar para empreender em 2020.
Cenário para o empreendedorismo em 2020: o que esperar?
Se você pretende seguir o caminho do empreendedorismo em 2020, é melhor se preparar para os próximos capítulos da economia.
Como já sabemos, 2015 e 2016 foram marcados por uma recessão histórica, com 3,5% de queda por dois anos consecutivos, segundo o relatório Crescimento da Economia Brasileira 2018-1023 do BNDES.
Em 2017, a economia conseguiu interromper a retração, elevando o PIB em 1% e recolocando o país nos trilhos do crescimento, mantendo quase o mesmo nível em 2018 (1,1%).
Agora, a promessa da retomada ficou para 2020, com uma previsão de 2,32% de crescimento, segundo o Boletim MacroFiscal da SPE, publicado em novembro de 2019 pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia.
Os sinais de recuperação são claros: juros mais baixos da história, diminuição continuada do risco país, queda da inflação, expansão do crédito e retorno da confiança do empresário.
As expectativas para o ambiente de negócios também estão renovadas, graças à conclusão da votação da Nova Previdência (PEC 6/2019) e a aprovação da MP da Liberdade Econômica (convertida na Lei 13.874/2019).
Com o avanço das medidas de ajuste fiscal e aprovação das reformas, abre-se um caminho promissor para o aumento da produtividade e crescimento sustentável nos próximos anos.
Mas temos que manter os pés no chão: a retomada será lenta e gradual, e não podemos esperar grandes “saltos” nos indicadores.
Além disso, é preciso considerar os efeitos do cenário internacional, que reflete suas incertezas econômicas e geopolíticas no país (vide o impacto do Brexit e a guerra comercial dos EUA e China, por exemplo).
Por ora, os empreendedores podem encarar 2020 como uma oportunidade para pegar carona na próxima escalada do crescimento, aproveitando o impulso de um cenário mais favorável.
Expectativas para o ambiente de negócios em 2020
Com o panorama econômico mais claro, precisamos olhar para o ambiente de negócios antes de tirar conclusões sobre o empreendedorismo em 2020.
No relatório do BNDES, por exemplo, o ambiente brasileiro é considerado um “gargalo” estrutural, por conta da extrema burocracia que ainda dificulta a vida do empreendedor e reduzido grau de abertura.
Uma das referências mais utilizadas para avaliar esse quesito é o relatório Doing Business do World Bank Group, que classifica os países de acordo com a regulamentação do ambiente de negócios.
A pontuação é atribuída de acordo com dez critérios, que determinam o quão fácil é:
- Abrir uma empresa
- Obter alvarás de construção
- Efetuar ligação de energia elétrica
- Registrar propriedades
- Acessar crédito
- Proteger investidores
- Pagar impostos
- Fazer negócios com outros países
- Fiscalizar contratos
- Resolver insolvências.
Na edição de 2020, o Brasil caiu para a 124º posição no ranking geral, entre 190 países — em 2019, estávamos na 109ª posição. Apesar de o resultado parecer desanimador, a nota do país melhorou: de 58,6 na análise anterior para 59,1 nesta edição.
A melhora mais significativa foi no aspecto do registro de propriedades, graças à introdução dos pagamentos online no Rio de Janeiro e São Paulo.
A facilidade para abrir empresas também cresceu 1 ponto percentual, enquanto a resolução de insolvência de empresas avançou 1,9 ponto.
Já o relatório Brazil Digital Report — 1ª Edição, de abril de 2019, realizado pela consultoria McKinsey em parceria com o movimento Brazil at Silicon Valley, traz uma declaração histórica:
“No sentido mais amplo da palavra, o Brasil é um país de empreendedores”.
Segundo os dados apresentados no estudo, 39% dos brasileiros estão à frente do seu próprio negócio, com destaque para o ramo de alimentação, vestuário e serviços em geral.
Além disso, o ecossistema de startups chama a atenção, com mais de 12 mil empresas, 30 mil empregos criados e US$ 1 bilhão de investimentos em 2018, além da conquista dos 8 primeiros unicórnios e 3 IPOs.
Ou seja: por mais que a burocracia ainda represente um obstáculo para o empreendedorismo em 2020 no país, a visão de novos negócios parece estar no DNA do brasileiro — e os resultados são notáveis.
6 Tendências do empreendedorismo em 2020
Se você ficou empolgado com as perspectivas para o empreendedorismo em 2020, precisa conhecer as tendências que podem impulsionar os novos negócios no próximo ano.
Veja o que 2020 reserva para os empreendedores.1. Empreendedorismo jovem
No Brasil, a ideia de empreender chega cada vez mais cedo: 1 em cada 3 empresários (32%) já pensava em abrir seu negócio antes de completar 18 anos, de acordo com uma pesquisa inédita do Sebrae, realizada em janeiro de 2019.
Quando consideramos apenas o grupo de empreendedores até 24 anos, 80% já tinham planos de conquistar sua independência financeira à frente de uma empresa antes da maioridade.
O estudo também mostra que os jovens brasileiros estão se preparando melhor para a jornada empreendedorismo: um terço buscaram alguma capacitação em negócios antes de colocar seus planos em prática.
Outro dado interessante é que a realização pessoal apareceu como principal motivação para a abertura do primeiro negócio, mostrando que a juventude está em busca de um propósito no empreendedorismo em 2020.
2. Explosão dos MEIs
O número de MEIs (Microempreendedores Individuais) formalizados no Brasil saltou de 6,5 milhões em novembro de 2016 para 9,2 milhões em novembro de 2019, segundo as estatísticas do Portal do Empreendedor.
Esse crescimento impressionante é explicado, em parte, pelo aumento do desemprego, uma vez que o MEI é uma opção simples e acessível para empreender por necessidade.
Por outro lado, milhões de profissionais que viviam na informalidade conseguiram adquirir seu CNPJ e crescer com o programa, enquanto vários outros escolhem o MEI como porta de entrada para o empreendedorismo.
De acordo com a pesquisa Perfil do MEI, realizada pelo Sebrae, 48% dos MEIs já fecham negócios com empresas e 71% afirmam que a formalização ajudou a vender mais.
Outra tendência interessante é que o número de pessoas que recorrem ao MEI para sair da informalidade está diminuindo, enquanto mais profissionais estão migrando do mercado de trabalho formal para se tornarem microempreendedores, motivados pela busca da independência.
Em 2019, 51% dos MEIs deixaram um emprego com carteira assinada para empreender — o que revela novas oportunidades nesse enquadramento.
3. Efeitos da MP da Liberdade Econômica
A MP da Liberdade Econômica foi uma conquista importante para o empreendedorismo em 2020, pois diminuirá consideravelmente a temida burocracia no ambiente de negócios.
Entre as medidas, estão a dispensa de registro de ponto para empresas com até 20 funcionários, separação do patrimônio dos sócios da pessoa jurídica e dispensa do alvará de funcionamento para atividades de baixo risco.
De acordo com o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, a medida provisória deve gerar, no prazo de dez anos, 3,7 milhões de empregos e 7% de crescimento da economia, conforme publicado na Agência Brasil em 2019. A ideia é fomentar o empreendedorismo em 2020 e simplificar as obrigações dos empresários, aumentando ainda mais a confiança para o próximo ano.4. Marco regulatório das startups
Outra novidade que deve impactar positivamente o empreendedorismo em 2020 é o marco regulatório para startups, que deve ser apresentado em breve pelo governo.
De acordo com o secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec) do Ministério da Economia, Carlos da Costa, o objetivo da proposta é facilitar a formalização das startups como sociedades anônimas (S/A), criando um ambiente de proteção para investidores e cotistas, conforme noticiado na Exame.
O projeto deve permitir que as chamadas stock options — uma das principais formas de remuneração de quem investe em startups — sejam mais seguras.
É uma ótima notícia para quem aguardava um ambiente mais propício aos investimentos para tirar sua ideia inovadora do papel.
5. Fôlego para as MPMEs
O empreendedorismo em 2020 também pode contar com o fôlego das micro, pequenas e médias empresas para decolar.
Segundo o estudo Sondagem Conjuntural, realizado em novembro de 2019 pelo Sebrae, os pequenos empreendedores estão extremamente otimistas: 59% acreditam na melhora do cenário econômico e 58% pretendem investir no negócios nos próximos 12 meses.
Além disso, 62% acreditam que terão um aumento no faturamento e 93% confiam na capacidade do governo atual para melhorar as condições das empresas.
Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, as MPMEs têm sido as alavancadoras da economia no Brasil. Ele afirma que as pequenas empresas criaram mais de 670 mil vagas em 2019 e foram responsáveis por 90% dos postos de trabalho com carteira assinada.
Em relação aos principais setores da economia, o otimismo é semelhante em todos: 60% do comércio, 58% da indústria e 56% dos serviços têm ótimas expectativas para 2020.
6. Decolagem das startups
Por fim, as startups merecem destaque no cenário do empreendedorismo em 2020, pois prometem impulsionar a inovação no país.
De acordo com o levantamento Startup Base da Abstartups, o Brasil já conta com 12.729 startups e 77 comunidades em 387 cidades (novembro de 2019).
Além disso, os investimentos em startups brasileiras cresceram 51% em 2019, somando R$ 5,1 bilhões em venture capital, segundo dados da Associação Latino-americana de Private Equity e Venture Capital publicados na Época Negócios.
Com a dificuldade de acesso ao crédito, os investidores são o “sonho de consumo” dos empreendedores, e a tendência é que venham mais bilhões do exterior para apostar na criatividade brasileira.
Como se planejar para o empreendedorismo em 2020
Agora que você está por dentro do cenário do empreendedorismo em 2020, está na hora de focar no seu plano de negócios.
Afinal, você precisa estar preparado para aproveitar a retomada da economia e explorar suas oportunidades no próximo ano.
Siga estes três passos para começar 2020 à frente do seu negócio.
1. Pesquise a fundo seu mercado-alvo
Você já teve um panorama amplo da economia e suas perspectivas para 2020, mas essa visão geral não é suficiente, pois a realidade pode ser bem diferente de acordo com o segmento.
Por isso, é importante pesquisar a fundo o mercado-alvo em que você pretende atuar, buscando referências sobre o desempenho econômico nos últimos anos, comportamento durante a crise e projeções para o futuro.
Para obter alguns insights, você pode dar uma olhada nos negócios lucrativos para 2020 e conferir onde vale a pena investir.
Também vale pesquisar sobre as ações e performance da concorrência, sem esquecer de traçar o perfil do público-alvo e seus hábitos de consumo.
2. Identifique as melhores oportunidades
O empreendedorismo nasce de uma ideia inovadora, que deve ser transformada em um produto ou serviço economicamente viável — e que realmente resolva o problema do consumidor.
Para encontrar sua ideia, você deve buscar as oportunidades que ainda não foram exploradas nas lacunas do mercado. Não precisa ser, necessariamente, uma invenção futurista ou 100% original: basta suprir as necessidades do consumidor de forma diferenciada.
Se quiser uma inspiração, confira os negócios em alta para já pensar em 2019 e começar 2020 empreendendo.
3. Dedique-se ao seu plano de negócio
Para transformar sua ideia em um negócio viável e lucrativo, você precisa de um plano de negócio robusto, que contemple cada passo da jornada do empreendedorismo em 2020 — da concepção da proposta de valor até o planejamento financeiro.
Para começar, é preciso responder a algumas questões-chave:- Como seu produto/serviço soluciona um problema e entrega valor ao consumidor?
- Quem é seu público-alvo e quais são seus hábitos, dores e necessidades?
- Como é a jornada de compra do seu consumidor?
- Qual o preço ideal do produto, levando em conta custos e valor?
- Por meio de quais canais seu produto/serviço chegará ao consumidor?
- Como seu produto/serviço será divulgado?
- Qual o capital necessário para abrir o negócio e o capital de giro para os primeiros meses?
- Quem são seus fornecedores?
Essas são apenas as primeiras perguntas, pois um plano de negócio é um roteiro completo para concretizar sua empresa.
E então, está mais confiante para investir no empreendedorismo em 2020?
Esperamos que esse panorama seja útil para guiar seus próximos passos em direção à independência financeira e à realização como empreendedor.
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Fonte: Jornal Contábil & Conta Azul