Não são poucas as pessoas que eu conheço que sempre foram engajadas no aperfeiçoamento de suas carreiras profissionais. São dezenas de amigos, colegas e contatos, inclusive nas redes sociais, sobre os quais tenho muito respeito e admiração, alguns como verdadeira inspiração.

Todas elas reconhecem, porém, que se por um lado a graduação foi uma fase obviamente necessária no seu processo educativo, sendo assim para todas as demais pessoas em um ambiente corporativo, por outro não foi suficiente para cobrir todos os nuances de uma profissão ou especializar-se em determinados assuntos.

O Lifelong Learning (literalmente: aprendizado para toda a vida) é um conceito que, do ponto de vista prático, não é tão recente assim; mas, representa uma tomada de consciência quanto à urgência da continuidade do aperfeiçoamento profissional, se o que se deseja é se manter atualizado e não passar vexame em uma roda de conversas sobre negócios ou numa entrevista, apresentação, live ou qualquer outra oportunidade.

A dúvida que persiste é: ler tudo o que está na internet, dividir o tempo para ler três livros por dia e participar de todas as Lives possíveis sobre inovação, management, IA, UX e temas correlatos, significa que estaremos colocando em prática o Lifelong Learning?

Vamos devagar! Uma série de arquivos baixados da internet (PDF, vídeos, infográficos, frameworks, planilhas...), uma leitura desordenada de livros, inscrições em diversas lives e cursos em Ead síncrono ou assíncrono, todo esse material precisa ser submetido a um filtro. Caso contrário, não passará de um amontoado de dados que não se converteram ainda em informações – por melhor que seja a mídia por onde o obtivemos.

Considerando que o start do Lifelong Learning se dá a partir da iniciativa voluntária do interessado em aperfeiçoar sua carreira de forma constante e permanente, é lógico que esse aprendizado deverá se dar de forma inteligente, através de um plano de desenvolvimento pessoal.

Aqui sugerimos três dicas bem básicas para você desenvolver o seu plano de Lifelong Learning:

Identificação dos pontos de melhoria

Identifique os pontos de melhoria que você julga importante aperfeiçoar em sua carreira. Todos os profissionais, desde os juniores até o mais sênior, têm o que melhorar.

Seja sincero consigo mesmo e não tenha vergonha de expor suas necessidades. Atualmente, as corporações têm valorizado bastante os profissionais com honestidade emocional.

Resiliência não é apenas defender-se das adversidades, mas ter ânimo para fortalecer-se nas suas competências, identificando arestas que precisam ser trabalhadas para melhor.

Relevância dos assuntos

Busque assuntos relevantes, que preencham lacunas de aprendizado em sua carreira. Aqui é o momento de farejar a internet em busca de conteúdos. Registre como favoritos as páginas web, blogs, vídeos, infográficos e demais conteúdos disponíveis.

Ouça sempre a opinião de profissionais que sejam referência para você.

O foco é muito importante na seleção dos assuntos, pois ainda que muitos aguce o seu interesse em estuda-los, não dá para fazer tudo. Como se diz por aí: “hold your horses”.

A observância deste quesito é uma das boas práticas para se evitar uma crise de ansiedade ou burnout.

Frequência de estudos

Estabeleça ritmo e cadência nos estudos: aprenda com as Escolas de Samba!

Defina os livros que deverá ler em determinado período planejado em seu Lifelong Learning (semanal, mensal...). Por exemplo, se for ler um livro de 120 páginas em 30 dias, você irá ler apenas 04 páginas por dia! Isso será o suficiente para estabelecer um ritmo bacana, sem perda de conteúdo e sem cansaço.

A frequência é filha da disciplina! Determine um ou mais horários mínimos para pesquisa de assuntos relevantes para o seu plano de desenvolvimento.

Estas dicas não contemplam a totalidade das ações para um bom planejamento de Lifelong Learning, mas é um bom começo.

Com o tempo, você verá seu conhecimento se destacar em qualquer contexto.

CARLOS MEDEIROS

Consultor – Mentor – Fundador da ABRACEM