Empreender é simplesmente fascinante, é um exercício de aprendizado e persistência diário. Para cada novo dia há uma nova descoberta

Sou engenheira civil de formação. Desde a faculdade, fiz parte de ambientes altamente masculinos. Seja na própria universidade, nos estágios, nos empregos e nos MBAs. Foram 17 anos convivendo muito mais com homens que mulheres, tentando fazer a diferença entre eles, precisando muitas vezes trabalhar bem mais para alcançar uma promoção, ou ser realmente notada como High Potential.

Em 2015, algo mudou: decidi começar minha trajetória no empreendedorismo. A ideia de empreender na área de saúde surgiu do desejo de fazer algo alinhado com meus propósitos pessoais. Escolhi estruturar minha empresa olhando por uma ótica diferenciada e contrariando muita gente, que dizia que minha ideia não daria certo. Sei que algumas pessoas duvidaram da minha capacidade de tirar um projeto do papel, acharam que eu estivesse apenas sonhando acordada ou “inventando moda”, como dizem por aí. Nesse caminho, tive apoio de muitas pessoas incríveis, como meus pais, meus sócios, mentores e alguns amigos muito queridos, que se disponibilizaram a ouvir ideias, criticar e dar sugestões.

Em maio de 2016 a Vittude nascia formalmente. Os últimos dozes meses foram incríveis. Empreender é simplesmente fascinante, é um exercício de aprendizado e persistência diário. Para cada novo dia há uma nova descoberta. Desde a concepção do projeto venho adquirindo novas habilidades e formações para atender à demanda crescente de conhecimento que a empresa exige. Doze meses à frente de uma startup agregaram muito mais do que meus 3 MBAs juntos (6 anos de estudo). Aprender na prática e usando meu dinheiro foi super intenso. Perdi o sono muitas noites, mas a experiência e a maturidade acumuladas até aqui são impagáveis. Nunca consumi tantos livros, na média são 4 ou 5 novas literaturas por mês. Uma infinidade de materiais relacionados a empreendedorismo, startups, psicologia, coaching, gestão, execução, marketing digital, estratégias de SEO, fundraising, entre outros.

No último mês tive a oportunidade de estruturar um projeto de cunho social, conectando psicólogos voluntários a adolescentes com quadros de depressão e ideações suicidas. Atendemos emergencialmente, sem custo algum, adolescentes e pais que não tinham condições financeiras de receber a orientação de um profissional de psicologia. O retorno desse trabalho é de longe um dos mais gratificantes que já tive em toda a minha carreira.

Ao empreender, também descobri um universo de empresas fundadas e lideradas por mulheres. Tive a oportunidade de participar do Prêmio Mulheres Tech em Sampa e ser uma das vencedoras. E desde então tenho sido presenteada com inúmeras oportunidades de conhecer, conviver e compartilhar cada vez mais conhecimento com mulheres incríveis como a Alice Maia da Nahora.com, Marina Vaz e Thaís Romanelli da Soulvox, Camila Fiorentino da Celebrar e muitas outras.

(Fonte: StarSe)

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