Sou um profissional de nível sênior e trabalhei em diversas empresas, especialmente nas de grande porte.

Uma delas deixou marcas profundas apesar do pouco tempo que permaneci lá: apenas cinco meses.

Mas foi o suficiente pra presenciar muitas atitudes dos gestores principais em relação aos empregados, na adoção de um “modelo” desastrado de gestão onde a simples lembrança de certas atitudes embrulha o estômago: Ironia chula, humilhação, jogos de poder, hipocrisia, gestão na base do “grito” e do murro na mesa, acareações absolutamente desnecessárias e por aí vai.

É claro que se eu soubesse de todo esse cenário, eu teria escolhido uma outra empresa para trabalhar, já que me encontrava aprovado em outro processo seletivo, mas enfim... acabei optando pela empresa citada neste artigo.

Deu no que deu.

O que restou foram as lições aprendidas.

Nos dias atuais a Experiência do Empregado tem sido um tema recorrente no dia-a-dia das empresas, movimentando as áreas de Recursos Humanos na direção do melhor aproveitamento das competências de seus quadros de colaboradores.

Não se trata apenas de dar boas vindas ao novo empregado, mas estabelecer com ele um pacto de profissionalismo colaborativo desde o momento do onboarding, passando pela sua jornada na cultura organizacional, nas eventuais transferências de área e no momento de sua saída, caso ela ocorra, evidentemente.

A Experiência do Empregado tem acelerado as funções de Recursos Humanos, que tanto se dedicam a tornar-se uma força estratégica dentro das organizações.

Consiste na capacidade de atrair e reter talentos, acompanhar e estimular performances e proporcionar ao empregado um ambiente onde possa estimular e reconhecer a sua produtividade.

Trata-se de uma visão ainda mais humanista da gestão de pessoas.

Não quero parecer leviano, mas, ainda assim, obrigo-me a reconhecer que as empresas tais como a que citei no início deste artigo, talvez apresentem uma dificuldade muito grande de embarcar a Experiência do Empregado em seus processos de trabalho.

Tomando como exemplo o “modelo” desastrado de gestão acima citado, pergunto: essas empresas conseguirão?

Carlos Medeiros

Consultor – Master Coach – Presidente da ABRACEM