O empresário brasileiro vive hoje em um cenário muito perverso que foi criado por um absoluto desgoverno que imperou neste País nos últimos 13 anos. Em determinado centro comercial de Blumenau a quantidade de lojas fechadas em 2015 impressiona e, embora a administração tente disfarçar com grande e lindos painéis, o fracasso e o sumiço desses empresários vai aparecer nas estatísticas do Sebrae.

Para ilustrar o tamanho do problema com um exemplo bem doméstico, no prédio em que moro o consumo (m3) de água reduziu 12% este ano, em relação a 2014. Já o custo pago pelo condomínio aumentou 7,8% em reais, ou seja, houve um aumento no metro cúbico de aproximadamente 17,8% em 2015. Já a energia elétrica veio com reajuste mais brutal. Para uma queda de consumo médio mensal dos KWh de 3,4%, o condomínio constatou um aumento das faturas de energia de 130%, ou seja, uma alta considerável.

Este cenário de dólar alto, inflação elevada e desgoverno com uma acentuada dose de corrupção faz com que pouquíssimas empresas tenham êxito e lucro. Como exemplo, destacam-se a Braskem e JBS, não pela gestão eficaz, mas, sim, porque essas empresas já tinham como padrão de vendas um forte posicionamento em exportação, por isso estão se beneficiando com a grande elevação do dólar frente ao real. Mas a esmagadora maioria das empresas está amargando um grande calvário, numa condição muito perversa, vide Vale, Gol e Embraer, só para citar as mais conhecidas.

E o pequeno e médio empresário? Bem, esse está largado à própria sorte. Quem tem um negócio, seja ele comércio ou indústria, se depara com dois tipos de custos: o que ele empresário tem poder de influir e o que independe dele. Portanto, se o empresário tem insumos ou matéria-prima importada, ele está à mercê de uma taxa de câmbio que tem regras próprias e nem o governo tem poder sobre ela. Da mesma forma, quando preços administrados (energia elétrica, água, combustível etc) são aumentados pelo governo, os empresários também ficam sem ação.

Como na atual conjuntura está difícil repassar preços, isso faz com que tenham que ser adotadas medidas destinadas principalmente à sobrevivência até que haja alteração no cenário.

A primeira é agir sobre os custos em que se pode agir: Folha de pagamento, aluguéis, eventuais economias de energia, postergação de investimentos que necessitam financiamento, benefícios a funcionários e/ou incentivos a clientes, ou seja, repensar todos os custos que podem ser alterados pelo próprio empresário.

Outra medida vital, caso a empresa esteja endividada, é a renegociação (alongamento) do endividamento em função da perda da margem de lucro. Muito provavelmente as atuais margens da empresa não vão bancar o endividamento da forma que foi estruturado quando foi gerado.

Outra alternativa é vender imobilizado, ou seja, analisar tudo que compõe o patrimônio da empresa e que pode ser vendido para fazer caixa.

Finalmente, abrir mão de parte do negócio, aceitando um sócio capitalista. Não raro encontram-se pessoas ou instituições dispostas a pagar um preço para entrar na sociedade. Caso mais recente que houve uma grande divulgação na mídia pelo porte foi a da Coty, que adquiriu por US$ 1 bi a divisão de cosméticos da Hypermarcas.

Enfim, não há soluções fáceis, mas ficar sem ação é uma ideia muito perigosa.

(Fonte: EconomiasSC)

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