É muito comum as empresas se preocuparem apenas com a excelência técnica de seus líderes deixando em segundo plano as habilidades emocionais e comportamentais. Na tentativa de acelerar promoções, para reter os mais talentosos, vários profissionais despreparados em lidar com pessoas chegam todo dia ao poder.

Por outro lado muitas empresas atribuem ao líder muita responsabilidade e autonomia de menos. Daí, é como dirigir com freio de mão puxado. Criando nesse caso uma ambiguidade difícil de ser resolvida: eles têm que defender os interesses da empresa, mas sua representação é ainda de funcionário. O despreparo é grande para assumir postos de grande responsabilidade e com grandes consequências para o cliente interno e externo.

Além disso, grande parte dos líderes não acredita que formar pessoas seja uma das suas principais atribuições. Eles confundem formar ou desenvolver pessoas com cobrar resultados muitas vezes de forma centralizadora e inadequada. Gestores assim terão equipes desmotivadas e infantilizadas. Gerando acomodação e irresponsabilidade.

Outro aspecto é que o líder deve saber filtrar as cobranças da diretoria para não passar tensão para a equipe. Deve desenvolver insatisfação construtiva. É preciso ir além do papel de poder, pois quanto maior o cargo, mais você dependerá dos subordinados e vice-versa.

Chefes inadequados não usam critério claro na hora das promoções, não reconhecem publicamente um bom trabalho, confundem amizade com desempenho, trocam favores beneficiando uns a outros, são centralizadores, não envolvem pessoas na tomada de decisão e não avaliam o desempenho através das tarefas, sendo tendenciosos. Não desenvolvem empatia e clareza na comunicação e mantém fachada de distantes ou próximos demais.

O lado bom é que há solução e deve ser dado investimento, pois o retorno é certo. A mudança se faz com um bom profissional de coach que propiciará mudanças significativas na performance. Trabalhando há mais de vinte anos com coaching executivo percebo que é necessário reprogramar as crenças de que chefe bom é aquele que tem que assustar e manter distância. Ou que tem que ser amigo para manter a aprovação.

A reprogramação envolve deixar de lado hábitos nocivos que geram acomodação e falta de iniciativa na equipe para foco em resultados, relacionamento e apoio nas tarefas. Também o importante é ter claro que o bom líder não tem que agradar a todos.

Como em todo processo de coaching, exige que o líder faça os exercícios propostos para a nova representação mental em questão. Monitorar o processo de mudança é um dos principais focos do coaching. Nossa máquina de processamento mental cria arquivos com hábitos de resolução de problemas para cada situação. No coaching, abrimos a caixa preta e passamos a limpo cada tomada de decisão, verificando se nos leva ao alcance de nosso objetivo ou não. Calibrar estímulo-resposta é determinante para a hora da virada em busca do sucesso.

Resultados mostram que executivos que passaram pelo processo de coaching, aperfeiçoaram a sua capacidade de ouvir, melhoraram a flexibilidade, aprenderam a se adaptar melhor as mudanças e evoluíram no relacionamento interpessoal.

Também aprenderam a se monitorar em lidar melhor com pressões, como se portar em reuniões tensas, resolver problemas com menor ansiedade, motivar equipes, lidar positivamente com conflitos e situações novas, focar na tarefa, controlar o estresse, equilibrando vida pessoal com o trabalho.

(Fonte: ZN)